O amor baseia-se em nós

O amor baseia-se em nós.
Cresce e pavoneia-se de nós para o mundo.
Não somos exemplo, mas somos o mais belo amor.
Qual Romeu e Julieta? Qual a finalidade de morrer por amor quando se pode viver por amor. Sim! Aí é que está o difícil de amar, o viver para amar.
Desistir é fácil. Desistir juntos ainda mais o é!
Não! É aquilo que dói, por vezes, mas persiste, aquilo que aquece mesmo quando fere, aquilo que nos faz lutar mesmo quando parecemos tão levados pela monotonia ou pelo desânimo.
Amar, amar e amar!
O amor baseia-se em nós.
O meu amor baseia-se em ti, cresce e pavoneia-se para ti.
Porque és tu, o exemplo, do amor que sempre quis para mim. Melhor, és sempre mais do que qualquer personagem de um clássico de amor.
Qual príncipe em cima de um cavalo, quando tenho um homem que me deseja com um tesão louco e me ama numa cama.
Temos o melhor do amor…
Somos a medida mais exata do desejo e do sentimento.
Somos nós a base do amor.
Shiuu
Já sei que estou a ser prepotente, mas o amor é assim.
Tudo o que é, é à nossa volta.
Assim, somos nós a base do amor.
E ai de quem discorde senão outros casais apaixonados e felizes.
Porque cada um de nós é a base do amor.
Cada um de nós transforma o amor naquilo que pretende.

O nosso amor… bem, o nosso amor nada mais é do que a minha felicidade. E não é pouco e não é muito.

É tudo!

Por vezes as palavras fogem.. escasseiam e escorregam pela garganta seca.
As palavras que ficam por dizer fazem uma barreira tão grande que a deixam obstruída, incapaz de se tornar nela mesma e explicar o que incomoda no estômago, que tanto quer sair.
Palavras vãs. E os silêncios começam a acumular.
Dá-se início ao hábito do nada dizer, do nada partilhar e fica o ressentimento de palavras castas sem qualquer significado. Palavras ocas mas opacas, impenetráveis.
E então os silêncios falam por si.
E embora haja muito bom entendedor de silêncios, há coisas que não se consegue ler e dizer, há silêncios impossíveis de interpretar.
Silêncios tão cheios de nada e de tudo…
Silêncios que me consomem e me levam de ti…
Silêncios que me relembram um passado angustiante, doloroso e solitário…

Deixaste-me outra vez com os meus silêncios…
Sinto-me apenas eu, sozinha entre as minhas quatro paredes onde os meus silêncios se libertam e se tornam ensurdecedores.

Até amanhã… não te consigo ouvir no meio do meu silêncio a falar comigo!

Tu serás sempre Tu!

As pessoas são curiosas.
E quando me perguntam como a nossa história começou, eu sempre digo: muito antes disto tudo.
A nossa história começou naquele abraço. Unicamente aí.
E tudo o que se desenrolou posteriormente foi e é parte integrante da história mais linda que eu conheço.
Venha quem vier. A nossa história é diferente, tal como tu o és.
Mas esta viagem ainda está a acontecer e a paisagem que nos rodeia talvez pudesse ser melhor. Não o é. Mas e medo disso? Não! Porque sei que se for preciso ir a pé, nós lá vamos.
Aquilo que mais gosto em nós é que vamos ser sempre aquilo que somos um para o outro. Tu serás sempre tu. E ponto.
E quero estar contigo sempre, e que seja da maneira que nós quisermos.
Esse é o ponto mais importante da nossa história: estarmos juntos da maneira que queremos.
E o ponto mais importante do futuro da nossa história: continuaremos a estar juntos da maneira que der, desde que sejamos capazes de nos fazermos felizes.
E é a promessa da nossa história: fazer feliz!

Não podia estar mais feliz. Inspiras-me a vida. Inspiras-me o coração!

Sou tua!

Sou tua…
Não sei como estas palavras te fazem sentir. A mim enchem-me o coração.
E torno-me repetitiva. Digo pela milésima vez que sou tua quando tu já o sabes, quando sempre o soubeste e quando continuarás a saber.
A verdade é que dizê-las torna-me mais tua.
Sou tua sempre. Sou tua nos silêncios, mas sou completamente tua quando digo que sou tua.
As palavras sempre definem um lado meu que mantenho muito escondido.
Palavras carregadas de sentido oculto, mas presente. Presente para se ler nas entrelinhas. E eu tenho muitas. Demais. Mas disse-te durante muito tempo que era tua nas conversas absurdas que tivemos.
Usei as entrelinhas para te dizer tudo aquilo que não conseguia dizer por medo. E agora abuso das palavras, tornando-as gastas, mas nunca banais.
Porque por muito que as use nunca perdem a intensidade.
E por isso, pela milésima e uma vez te digo que sou tua!!

Quero viver contigo, mas sem ti!

Viajo.
Múltiplas e extensas viagens exploratórias em que te encontro.
Descubro-te inúmeras vezes e em todas elas não encontro senão partículas, partes, pedaços do ser enorme que és.
Encontro-te por acaso…
Não te procuro. Não te quero procurar.
És a doença da qual fujo.
Mas és a cura da minha doença.
Contraditoriamente a expandes e controlas.
Espalhaste-te por todo o meu corpo e na minha mão encontro a tua, no meu peito o teu e no meu coração apenas o meu bater exacerbado com medo de que acabes… Não sinto o teu coração.
Sinto-te… mas não sinto o teu coração.
Preciso do antídoto.
Não aguento mais as repetidas quedas na malévola teia que me criaste. E no entanto necessito delas para me sentir eu.
Quero arrancar o que tenho de ti em mim. E há coisas de ti em mim que quero manter.
Quero continuar a sentir a tua mão na minha.
Quero manter-te dentro de mim e saber viver contigo lá, mas sem ti…

Marca d’água

Vi-te de longe.
Esbelta figura. Perdi-me na beleza que carregas. Na sensualidade com que me cativas.
Na cegueira com que vês o mundo e não me encontras.
Estavas completamente absorto da minha presença e dos meus olhares sedentos de uma proximidade maior.
Bastou.
Não desviei o olhar. Segui todos os passos. Li todos os movimentos.
Sem que desses por mim…
E bastou.
És marca d’água à espera de ganhar cor, relevo, substância.
É bom ver-te sem que repares, sem que te apercebas do meu olhar descomedido.
Continuarei a ver-te de longe à espera que chegues perto.
Continuarei a deslumbrar-me de longe até que pegues nos lápis de cor.

Deixas?

Aprazível chegas e denotas a tua presença.
Sorriso acanhado. Olhar misterioso.
E eu… inquieta, alarmada… cativada!
No meio do meu sobressalto reparo na tua chegada calma e desprovida de interesse.
E eu ansiosa de te ver, carregada de expectativas.
Sorrisos que se ignoram, olhares que se evitam.
Querer ler-te para além dos olhos, das palavras e dos silêncios.
Fala-me de ti…
Deixa-me ler-te as entrelinhas!

Possibilidades à parte, saber que nunca serás meu, é foda!
Corta e dói, e é difícil de assimilar.
Ver-te constantemente nos momentos banais da vida, sejamos sinceros, são aqueles que mais importam, demonstra a insegurança de uma segura vida acabada.
Para quê fugir do inevitável quando sabemos as respostas mais dolorosas que tentamos enterrar.
Escondê-las dentro da nossa mente vazia e desprovida de qualquer sinal de sentir.
Perdição!!!
Devaneio constante da perdição do sentir vazio.
Queria ir.
Querer ficar.
Quererei partir.
Não mais voltar, não mais vislumbrar os momentos banais de atrocidades loucas e divertidas.
É o que mais me dói.
Saber que poderia ser feliz contigo e não posso.
Não queres!
E tu mandas…
Quando só uma das partes não quer, essa parte detém o poder de determinar um mundo.
Tu determinaste que o meu acabasse…

Bloqueio

Não te consigo escrever.
Percorro todas as palavras, vocábulos, expressões e não há forma de te escrever.
Escrever-te é tornar-te verdade, erróneo e perfeito. Sim, contraditoriamente, erróneo e perfeito. Dois lados opostos da mesma moeda. A perfeição na dimensão em que encaixas dentro de mim e o erro na maneira em que não queres encaixar dentro de mim.
Negas a existência de um sentimento maior e mais profundo.
Negas-me.
E assim me anulo.
Sabendo que não me queres, deixo de ser.
E numa tentativa de nos sonhar, penso em escrever-nos.
Mas não te consigo escrever.
Bloqueio mental, em que as palavras me negam o acesso ao que tive e tenho de ti.
Foges-me pelas mãos e a tinta mancha o teu nome no papel.
Sei-te, e isso é o que me dói.
E é somente isso que sei – sei-te e dóis-me.

Tornas-me incompleta… No fim, deixo sempre tudo por dizer.